4 de junho de 2012

Ruínas Romanas de Pisões – Beja


Situada na freguesia de Santiago Maior, em Beja, A villa Romana de Pisões,    foi descoberta acidentalmente na década de 1960, quando se realizavam no terreno os habituais e rotineiros, trabalhos agrícolas.
As escavações arqueológicas em Pisões, foram realizadas por diversos arqueólogos, mas em particular e com destaque encontramos Fernando Nunes Ribeiro, como o primeiro a aí efectuar trabalhos de escavação, tendo assim comprovando estar em presença de uma importante exploração agrícola da época romana. Então, Fernando Nunes Ribeiro decide começar a escavar em extensão, pondo a descoberto praticamente todos os vestígios que hoje podem ser observados e que correspondem à casa ricamente ornamentada do proprietário.
A ocupação da villa romana de Pisões, teve início em meados do século I A.C., e prolongou-se por toda a época romana, até ao século IV D.C. Nas escavações foram também recuperados alguns elementos que apontam para uma continuidade até à ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos.
A villa Romana de Pisões, ocupa uma área de aproximadamente 30 mil metros quadrados, e está situada numa zona aplanada que se prolonga por uma suave encosta até à ribeira da Chaminé. O modelo arquitectónico está centrado num átrio, ou peristilo, com um tanque decorativo central e uma colunata envolvente, em torno do qual se distribuem as cerca de quarenta divisões da casa.
 A fachada principal da casa abria para um grande tanque exterior, para além do qual se situam também vestígios de mausoléus familiares.
É possível observar-se a riqueza do gosto da época quer no revestimento dos pavimentos, com mosaicos e mármores, quer no das paredes, com pintura mural, da qual ainda se conservam alguns vestígios.
Ao contrário do que acontece na maioria dos sítios romanos, onde não existem dados concretos sobre os seus habitantes, em Pisões foi encontrado um pequeno altar ou em mármore devotado a Salus, a deusa da felicidade e da saúde. Aí encontra-se uma inscrição que revela que o altar foi dedicado pelo escravo Catulo a Gaio Atílio Cordo. Assim, é possível que este nome corresponda àquele que era o proprietário da villa em determinado momento do século I d.C., sendo Catulo um dos seus escravos.
Próximo da casa situam-se as termas, que são um dos mais relevantes exemplares de banhos privados encontrados em território português.
Bem próximo das actuais ruínas, do outro lado do actual caminho de acesso ao sítio, podemos encontrar a barragem romana, que represava a água da ribeira da Chaminé alimentando a villa. Esta barragem foi construída em alvenaria de pedra e argamassa e possuía uma albufeira com cerca de 340 metros de comprimento, 31300 metros quadrados de área inundada, armazenando um volume de água de 38000 metros cúbicos.
No caminho de acesso à villa, próximo da barragem romana, ainda hoje é possível observar-se os vestígios dos pisões que terão dado o nome a este sítio arqueológico. Apesar de não se conhecer a cronologia deste engenho, é certo que muitos pisões só deixaram de estar em funcionamento ao longo da primeira metade do século XX.



Frederica Rodrigues - Para vender, comprar ou arrendar em Portugal